- Genial/Quaest
- 2 de julho de 2025
- Por: Redação
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é reprovado por 46% dos deputados federais brasileiros, segundo aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 2. Outros 27% dos parlamentares aprovam a gestão, enquanto 24% acham que o petista faz uma gestão regular e 3% dos entrevistados não sabem ou não responderam.
A avaliação negativa cresceu especialmente entre os congressistas independentes. Houve um salto de 13 pontos porcentuais em relação ao último trabalho, de maio de 2024. Agora, entre esse grupo, a avaliação neutra do presidente (52% em maio de 2024) está numericamente empatada com os críticos, que agora são 44% em junho.
O levantamento ouviu 203 dos 513 deputados, entre 7 de maio e 30 de junho, e tem 4,5 pontos porcentuais de margem de erro para mais ou para menos. Esse período capta a derrota do governo ante o Congresso, que derrubou, no final de junho, o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Esses mesmos deputados creem, em sua maioria (50%), que um candidato de oposição é o favorito para vencer a disputa pelo Palácio do Planalto em 2026, ante 35% que ainda veem Lula ou um nome do governo como os potenciais vencedores. Quinze por cento dos entrevistados não sabem ou não responderam.
O principal nome da oposição para os parlamentares? Para 49% deles é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto outros 13% creem que é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Estão mais atrás nessa pesquisa entre os deputados: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 6%, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com 5%; o governador do Paraná Ratinho Jr. (PSD), com 4%; o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União), com 3%; e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com 1%.
O prefeito de Sorocaba Rodrigo Manga (Republicanos), o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) ou outro nome não pontuaram. Já 19% dos deputados ouvidos não sabem ou não responderam a essa pergunta.
Avaliação negativa da relação do governo com o Congresso dispara
Deputados também reprovam, em sua maioria, a relação de Lula com o Congresso. Para 51% deles o chefe do Executivo não tem uma boa relação com o Legislativo, 30% veem o vínculo como neutro, enquanto 18% aprovam a atual situação entre os dois Poderes.
Nesse segmento, a mudança de pensamento entre os independentes é ainda mais drástica – houve um aumento de 20 pontos porcentuais em comparação a última pesquisa.
Em maio de 2024, entre esse grupo, 45% avaliavam a relação do governo com Lula e o Congresso como negativa, 29% como regular, 14% como positiva e 5% não sabem ou não responderam. Em junho de 2025, os números passaram, respectivamente, para 65%, 29%, 4% e 2%.
O pessimismo entre os deputados sobre a capacidade de o governo Lula aprovar sua agenda também aumentou. Em 2024, os crentes e os descrentes estavam numericamente empatados em 47%.
Agora, 57% deles acham que as chances de a agenda presidencial prosperar no Congresso é baixa, ante os 36% que acham altas. Os que não sabem e não responderam eram 6% no ano passado e são 7% neste ano.
Houve uma mudança ainda mais drástica entre os independentes. Em 2024, 46% deles achavam que as chances de Lula aprovar sua agenda eram baixas; em 2025, eles são 73%, um aumento de 27 pontos porcentuais. Do outro lado, a queda foi de 21 pontos porcentuais: em 2025, 21% dos deputados independentes acham altas as chances de o governo aprovar algo de sua agenda (contra 43% em maio de 2024).
Deputados também foram perguntados sobre o principal motivo para poucas votações importantes no Congresso. A maior parte deles (45%) crê que a desarticulação política do governo é o motivo.
Outros 33% atribuem o problema ao impasse sobre a anistia, 15% à não liberação de emendas, 6% à falta de funcionamento das comissões, enquanto 1% não sabe ou não respondeu.
Deputados dizem que governo dá menos atenção que deveria aos parlamentares
Ainda que 84% dos deputados digam que já foram recebidos por algum ministro, a sensação entre eles é que o governo dá menos atenção do que deveria.
Para 69% dos entrevistados, o governo dá menos atenção que deveria aos parlamentares, enquanto 22% dizem que se é dada a devida atenção. Outros 6% não sabem ou não responderam e apenas 3% dizem que dá mais atenção do que deveria.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, é tida como a interlocutora mais efetiva no governo. A pasta dela é a responsável por essa relação com o Legislativo. Ficam numericamente atrás dela, no top 3, Alexandre Padilha (Saúde), com 9%, o antigo titular do cargo e agora ministro da Saúde, e Celso Sabino (Turismo), com 6%.
Na parte de baixo da tabela, o ministro da Casa Civil (Rui Costa), aparece com 2%. Ele está numericamente empatado com o secretário de Assuntos Parlamentares André Ceciliano, o ministro Camilo Santana (Educação), Carlos Fávaro (Agricultura), André Fufuca (Esporte) e Renan Filho (Transporte).
Se comparada com a pesquisa anterior, tanto entre os deputados do governo como entre os independentes a avaliação negativa teve uma considerável alta (de 9% para 22% entre governistas e de 42% para 54% entre independentes).
Na visão da maioria (49%) dos parlamentares, o STF sempre invade as competências do Congresso. Vinte e oito porcento dizem que às vezes a Corte faz isso. Já 12% dizem que raramente, 5% que nunca faz e 6% não sabem ou não responderam.
Avaliação do STF é negativa entre deputados
A avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF) também é ruim entre os deputados entrevistados. A pesquisa mostra que 48% dizem que o trabalho da Corte é negativo, e 27% deles veem como positiva a atuação. Outros 18% fazem uma avaliação regular; 7% não sabem ou não responderam.
Mesmo assim, há pouca crença na aprovação de um impeachment de ministros do STF no futuro. Cabe ao Senado, e não à Câmara, processar e julgar um pedido de impedimento de um integrante da Corte.
Dos deputados entrevistados, 65% dizem que não veem uma empreitada do tipo prosperar ante 22% que dizem que sim. São 13% os que não sabem ou não responderam.
A discrepância está entre os dois pólos do espectro político, já que 4% dos deputados de esquerda veem um impeachment de ministro do STF passar no Senado. Entre os de centro, 19% creem nessa possibilidade e os de direita são 34%.
Os que não acreditam não impeachment são 91% na esquerda, 79% no centro e 57% na direita. Entre os que não sabem ou não responederam, 5% são de deputados de esquerda, 2% de centro e 9% de direita.
- Decisão
- 2 de julho de 2025
- Por: Redação
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), informou a parlamentares da oposição que não pautará o impeachment do ministro Flávio Dino (STF) protocolado por Nikolas Ferreira (PL).
Para Alcolumbre, não há motivo para o Congresso Nacional analisar o afastamento de Dino nem de Alexandre de Moraes, outro magistrado do Supremo que também está na mira de bolsonaristas.
A postura do senador, eleito para o comando do Congresso Nacional com o apoio de Jair Bolsonaro, tem irritado parlamentares próximos ao ex-presidente da República.
Nos bastidores, senadores que votaram em Alcolumbre para a presidência do Senado este ano afirmam que não o apoiarão na possível tentativa de reeleição, em 2027.
O impeachment protocolado por Nikolas
No pedido de impeachment protocolado por Nikolas, o deputado acusa Dino de ter cometido suposto crime de responsabilidade.
O parlamentar citou um discurso do magistrado, durante aula magna em uma universidade, no qual o ministro sugeriu uma “chapa imbatível” ao Governo do Maranhão, encabeçada por Felipe Camarão (PT) e com a professora Teresa Helena Barros como vice.
“Comentário descontraído”
Já aliados de Dino argumentam que a fala foi em tom descontraído e não pode ser levada a sério porque Teresa Helena Barros sequer cogita entrar para a política.
Atual vice-governador, Felipe Camarão é o pré-candidato do PT ao governo do Maranhão no ano que vem.
*Com informações do site Metrópoles
- Saúde
- 2 de julho de 2025
- Por: Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou todas as agendas públicas e ficará em “repouso absoluto” durante o mês de julho, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (1º).
“Após conslta médica de urgência, foi-me determinado ficar de repouso absoluto durante o mês de julho. Do exposto, ficam suspensas agendas de Santa Catarina e Rondônia. Crises de soluços e vômitos tornaram-se constantes, fatos que me impedem até de falar”, diz o comunicado postado por Bolsonaro. A nota da ex-primeira-dama Michelle também informa que “durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido”.
A decisão foi tomada após consulta médica de urgência. Bolsonaro, 70, apresenta crises constantes de soluços e vômitos, que o impedem inclusive de falar, conforme nota assinada pelo próprio ex-presidente e divulgada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em rede social.
“Ficam suspensas as agendas de Santa Catarina e Rondônia”, disse o ex-presidente na nota. Mais cedo, Bolsonaro já havia cancelado sua participação no evento de lançamento do PL60+ no Distrito Federal, na Câmara dos Deputados.
Nota assinada pelos médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique afirma que o objetivo é “garantir a completa recuperação de sua saúde após a cirurgia extensa e internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços”.
“Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido.”
Os dois médicos participaram do tratamento após a internação em abril, quando o ex-mandatário passou 21 dias internado depois de se sentir mal em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.
Na época, ele passou pela sua sexta e mais longa cirurgia abdominal desde a facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018. O procedimento de 12 horas consistiu em uma “laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal”, segundo comunicado do hospital DF Star.
Aderências intestinais são uma espécie de “cola” biológica resultante do processo de cicatrização seja do trauma original, como a facada, seja de cirurgias posteriores. Ao endurecer, essa estrutura forma cordões que podem grudar ou juntar partes do corpo.
Dependendo da posição, pode juntar duas partes da alça do órgão, obstruindo a passagem do alimento pelo intestino.
A laparotomia exploradora consiste na abertura da parede abdominal. Identificado o ponto de obstrução, é feito o corte das aderências e desobstrução do intestino para, por fim, reconstruir-se a parede abdominal.
Dias depois da alta, Bolsonaro participou de uma manifestação em Brasília, no dia 7 de maio. Ele tem episódios de mal-estar abdominal e soluços, como ocorreu durante uma entrevista a uma rádio bolsonarista na semana passada.
No dia 20 de junho, passou mal durante uma agenda em Goiás e retornou a Brasília para exames. Um dia antes, participou de uma agenda na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, pediu desculpas e disse que vomita “dez vezes por dia”.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em rede social, afirmou que o marido “precisa deste tempo para se recuperar completamente” e que logo “ele estará 100% para retomar suas agendas de trabalho”.
A decisão dos médicos atrapalha os planos de Bolsonaro de manter sua base mobilizada diante da proximidade do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do processo da trama golpista. O caso entrou na fase decisiva, de alegações finais, e a expectativa na corte é que esteja pronto para ser julgado em setembro.
O quadro de saúde do ex-presidente piorou depois de participar no último domingo (29) de manifestação na avenida Paulista. O ato, em protesto contra o STF, tinha o mote “justiça já” e, na ocasião, ele discursou por cerca de 30 minutos em um trio elétrico, sob sol. O evento durou mais de duas horas.
O ex-mandatário tem insistido que será candidato a presidente em 2026, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral. Na mais recente manifestação, porém, citou a hipótese de não voltar ao cargo. “Nem eu preciso ser presidente.”
Com Bolsonaro fora da disputa, o campo da direita vive uma indefinição sobre quem será o candidato que enfrentará o presidente Lula na campanha eleitoral do próximo ano. Entre os cotados, está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
- Referência
- 2 de julho de 2025
- Por: Redação
A Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão recebeu, nesta terça-feira (1), a visita institucional da coordenadora-geral da Rádio Senado, Leila Herédia. Vinda de Brasília, a gestora conheceu de perto o funcionamento da Rádio Assembleia 96,9 FM e de todo o Complexo de Comunicação do Parlamento Estadual Maranhense, que integra a Rede Senado de Rádio.
Durante a visita técnica, Leila Herédia destacou a estrutura, a qualidade editorial e a diversidade dos conteúdos produzidos pela Rádio Assembleia, apontando a emissora como referência nacional em comunicação pública.
“A Rádio Assembleia é uma parceira estratégica, com uma linha editorial alinhada à missão da Rádio Senado, o que reforça a excelência da Rede em nível nacional”, afirmou Herédia.
O diretor de Comunicação do Legislativo Maranhense, Juraci Filho, acompanhou a visitante às instalações da Rádio Alema e aos demais setores do Complexo de Comunicação da Assembleia. Ele ressaltou o reconhecimento recebido da coordenadora-geral da Rádio Senado.
“Estamos muito felizes com a presença da Leila Herédia em nossa emissora. Ela destacou o zelo com que estruturamos nosso trabalho e o compromisso da equipe com a comunicação pública democrática. Essa visita reforça a parceria institucional consolidada sob a gestão da presidente Iracema Vale, com a TV e Rádio Senado”, pontuou Juraci.
Juraci Filho, Josélia Fonseca e Marina Sousa conversam com a coordenadora-geral da Rádio Senado, Leila Herédia, durante visita à Rádio Alema
Programas
Durante a visita, Leila conheceu as iniciativas desenvolvidas pela Rádio Assembleia, que atualmente conta com oito programas, sendo sete ao vivo, além de produções veiculadas simultaneamente também na TV Assembleia.
“Ela se impressionou especialmente com o programa diário da manhã exibido simultaneamente na rádio e na TV. Segundo ela, nenhuma outra capital da Rede Senado possui um modelo como esse, o que demonstra inovação, organização e dedicação da nossa equipe”, acrescentou Juraci Filho.
O subdiretor de Rádio e TV da Alema, Gregório Dantas, acompanhou a visita e ressaltou a importância do reconhecimento recebido da coordenadora da Rádio Senado.
“Ter o reconhecimento de quem coordena o trabalho em outras 18 capitais confirma que estamos no caminho certo. Isso motiva ainda mais nossa equipe a seguir investindo em uma comunicação transparente, cidadã e conectada com a realidade maranhense”, afirmou Dantas.
Diretor Juraci Filho e o subdiretor de Rádio e TV, Gregório Dantas, acompanham Leila Herédia em visita às instalações do Complexo de Comunicação da Alema
Convênio
A visita técnica também teve como foco o fortalecimento do convênio entre as instituições, com alinhamentos sobre demandas locais, necessidades operacionais e oportunidades de ampliação de conteúdo.
“Além de estreitar os laços institucionais, buscamos entender o dia a dia dos nossos parceiros, como eles têm utilizado as horas de programação previstas no convênio, quais desafios enfrentam e de que forma podemos aprimorar essa relação. Esse contato direto é fundamental para o sucesso da Rede Senado de Rádio”, concluiu Leila Herédia.
- Na justiça
- 1 de julho de 2025
- Por: Redação
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou nesta terça-feira (1º) ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de reverter a derrubada do decreto elaborado pelo governo federal que aumenta alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em coletiva de imprensa, o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada.
Segundo Messias, a conclusão da AGU é que o decreto do governo federal é constitucional, válido e não poderia ter sido objeto de decreto legislativo de sustação.
“A avaliação técnica dos nossos advogados foi de que a medida adotada pelo Congresso acabou por violar o princípio da separação de poderes”, explicou Messias.
“Todo esforço do governo é para que possamos retomar a normalidade institucional”.
Entenda
O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.
A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.
Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.
Entre as medidas propostas no decreto estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.
Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso. A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.
*Com informações da Agência Brasil
- 1 de julho de 2025
- Por: Redação
Os gastos do Judiciário com salários acima do limite constitucional aumentaram 49,3% entre 2023 e 2024. O valor extrateto saltou de R$ 7 bilhões para R$ 10,5 bilhões em apenas um ano, muito acima da inflação oficial do período, que atingiu 4,83%.
Os valores constam de estudo inédito do Movimento Pessoas à Frente, organização suprapartidária que propõe melhoras na gestão do serviço público. A pesquisa foi realizada em parceria com o pesquisador Bruno Carazza, professor, economista e jurista com pós-doutorado em Harvard, com foco em políticas públicas e governança.
Com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o levantamento expôs o avanço dos chamados penduricalhos – verbas indenizatórias e adicionais que permitem aos magistrados receber além do teto legal do funcionalismo público.
Segundo o estudo, os auxílios e benefícios correspondem a mais de 43% do rendimento líquido dos magistrados, devendo ultrapassar 50% em breve. Na prática, grande parte da remuneração ultrapassa o teto constitucional (hoje em R$ 46.366,19) de forma indireta e muitas vezes não tributada.
Evolução
De 2023 para 2024, o rendimento líquido médio de juízes subiu de R$ 45.050,50 para R$ 54.941,80, aumento de 21,95%. O crescimento continuou neste ano, e o valor chegou a R$ 66.431,76 em fevereiro de 2025.
A pesquisa destaca que esses aumentos são impulsionados por verbas classificadas indevidamente como indenizatórias, que escapam do teto e da tributação de Imposto de Renda. As distorções criam um cenário de disparidade dentro do funcionalismo público, considerando que apenas 0,06% dos servidores se beneficia dessas brechas.
De acordo com a diretora executiva do Movimento, Jessika Moreira, os supersalários representam um problema estrutural que se arrasta desde a Constituição de 1988. Apesar de várias tentativas legislativas, nenhuma foi eficaz em conter esses abusos. A organização alerta que, se a tendência continuar, o valor de supersalários poderá dobrar novamente em apenas dois anos.
Reforma administrativa
Diante desse cenário, o Movimento Pessoas à Frente defende que o fim dos supersalários seja prioridade na reforma administrativa em discussão no Congresso Nacional. A proposta está sendo debatida por um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados, coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Em parceria com uma coalizão de dez organizações da sociedade civil, o movimento elaborou um manifesto em que sugere nove medidas para combater os supersalários.
Entre as medidas propostas estão:
• Classificação adequada das verbas entre remuneratórias e indenizatórias;
• Limitação das verbas indenizatórias a critérios como natureza reparatória, caráter transitório e criação por lei;
• Aplicação correta do Imposto de Renda sobre verbas remuneratórias;
• Reforço da transparência e da governança na remuneração pública;
• Exigência de lei para criação de qualquer adicional salarial;
• Eliminação de classificações indevidas e transformação de verbas em remuneratórias;
• Fim da vinculação automática entre subsídios;
• Enquadramento como improbidade administrativa de pagamentos acima do teto sem respaldo legal;
• Criação de barreiras ao pagamento de retroativos, com limite temporal.
O movimento também propõe o fim de benefícios concentrados no sistema de Justiça, como férias de 60 dias (frequentemente convertidas em dinheiro), licenças por tempo de serviço, aposentadoria compulsória como punição (que mantém os vencimentos) e gratificações por acumulação de funções.
No início de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a reforma administrativa comece pela discussão dos supersalários. No ano passado, o governo enviou proposta de emenda à Constituição para limitar os supersalários dentro do pacote de corte de gastos, mas o Congresso desidratou a proposta e incluiu uma regulamentação por lei ordinária, que pode ser mudada mais facilmente que uma lei complementar.
Organização da sociedade civil plural e suprapartidária, o Movimento Pessoas à Frente trabalha com especialistas, acadêmicos, parlamentares e representantes da sociedade civil. A organização tem como objetivo propor políticas que melhorem a gestão de pessoas no setor público, com foco especial em lideranças e equidade.
*Com informações da Agência Brasil