Um barco com oito pessoas naufragou na noite desta sexta-feira (16/6) no mar na costa da cidade de Garopaba, no litoral sul de Santa Catarina. A Marinha do Brasil informou que iniciou as buscas pelos ocupantes da embarcação por volta das 21h30. Inicialmente, a informação era de que 12 pessoas estariam na embarcação, mas segundo nota da Marinha da manhã desta sexta-feira (17/6), oito tripulantes estavam no barco. Até às 10h30 deste sábado ninguém tinha sido resgatado, mas a Marinha informou que não há nenhum óbito confirmado.
De acordo com a Marinha, o naufrágio do barco, de nome BP Safadi Seif, aconteceu a cerca de 40 km de distância da ponta de Garopaba. As buscas estão sendo realizados por barco e helicóptero, também foi solicitado a Força Aérea Brasileira auxílio nas buscas. A Marinha também informou que vai instaurar Inquérito Administrativo, com prazo de 90 dias de conclusão, para apurar as possíveis causas e responsáveis do acidente.
O sul de Santa Catarina foi atingido por fortes chuvas desde quinta devido a passagem de um ciclone extratropical pelo sul do Brasil. Muitas cidades ficaram alagadas por causa dos temporais. Rajadas de vento chegaram a atingir 100km/h. No Rio Grande do Sul, três pessoas morreram e doze estão desaparecidas.
A Defesa Civil gaúcha emitiu alerta para as regiões da Serra, do Litoral Norte e Metropolitana de Porto Alegre. Há possibilidade de enchentes nos rios Caí, Paranhana e Sinos. De acordo com as concessionárias responsáveis pelo fornecimento de energia no Rio Grande do Sul, pelo menos 460 mil unidades consumidoras ficaram sem luz.
Muitas cidades suspenderam as aulas, ontem. Imagens que circulam nas redes sociais registram o momento em que a água inunda os corredores do Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, principal balneário do litoral gaúcho. Os atendimentos no hospital foram restringidos. “O tomógrafo, muito utilizado em atendimento de casos na Emergência, precisou ser desligado. Procedimentos eletivos também foram cancelados”, informou a direção do hospital.
Em Santa Catarina, o ciclone causou estragos e deixou desabrigados no município de Praia Grande, que decretou situação de emergência. Moradores postaram nas redes sociais vídeos que mostram as águas do rio que corta a cidade invadindo as ruas. Equipes da Defesa Civil e bombeiros passaram o dia socorrendo desabrigados e famílias que ficaram ilhadas por causa das enchentes. Ao menos 70 pessoas foram levadas ao ginásio municipal de Praia Grande.
Quando a chuvarada desabou, o prefeito de Maquiné (RS), João Marcos Bassani dos Santos, fez um apelo desesperado aos moradores do município que moram nas áreas mais baixas da cidade. “Eu vou pedir a todos, saiam das suas casas! Está enchendo! Não passa mais. No centro de Maquiné, a gente não está conseguindo sair de caminhão. O centro da cidade está tomado de água, nunca esteve assim”, disse ele, em vídeo que postou nas redes sociais. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que, “neste momento, o foco é salvar vidas”.
A passagem de ciclones extratropicais não é incomum no país. O fenômeno costuma se formar no sul do Continente e provoca ventos de menor intensidade que os ciclones tropicais. O meteorologista Heráclio Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que, “quanto mais baixa for a pressão atmosférica, mais intensos serão os ventos, assim como as chuvas. No caso do evento registrado no Sul, uma área de baixa pressão se formou sobre o oceano, a leste da costa de São Paulo e, no decorrer da tarde de quinta-feira, se intensificou e se deslocou para a costa do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, provocando chuvas intensas e volumosas”.