COMPROMISSO

Como será futuro da exploração espacial após fim da Estação Internacional

 

 

 

 

 

A recente invasão da Ucrânia pela Rússia representou o teste mais rigoroso já enfrentado pelo projeto. E, embora a colaboração tenha prosseguido até o momento, uma nova parceria parece improvável no futuro próximo.
“Os russos não irão mais participar”, afirma a historiadora espacial Cathy Lewis, do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos. “Eles falaram em seguir seu próprio caminho e não serão aceitos após a invasão da Ucrânia.”
Mas o futuro após a ISS já está sendo planejado. Espera-se que novas estações espaciais comerciais assumam o lugar da ISS na órbita da Terra.
A Nasa já terceirizou o transporte de seres humanos até a órbita baixa da Terra para as empresas norte-americanas SpaceX e Boeing. E a agência também começou a assinar contratos no valor de centenas de milhões de dólares para o desenvolvimento de novas estações espaciais.
Essas estações podem tornar-se pequenos laboratórios de pesquisa ou destinos para turistas espaciais, mantendo a presença da humanidade em órbita ao redor do nosso planeta.
Uma das empresas contratadas é a Axiom Space, que já transportou astronautas que pagaram para embarcar em foguetes da SpaceX até a órbita da Terra.
A empresa espera começar a anexar módulos à ISS em 2025. Esses módulos poderão ser eventualmente separados para formar sua própria estação, que pode vir a ser alugada para possíveis clientes. Mas nem todos ficaram convencidos com a ideia.
“Sou realmente cético sobre esses casos comerciais”, afirma o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsoniano, nos Estados Unidos. “Simplesmente não estou convencido de que uma estação espacial possa ser administrada de forma lucrativa.”
Mas a Nasa e outros parceiros da ISS estão ansiosos para explorar estas oportunidades.
“Estamos em grandes discussões com todas essas empresas”, afirma Josef Aschbacher, chefe da Agência Espacial Europeia. “Estamos muito interessados em encontrar uma forma de continuar após o fim da ISS.”
Para a Nasa, a liberação dos US$ 3 bilhões (cerca de R$ 14,9 bilhões) gastos anualmente com a ISS irá permitir que a agência se dedique a outros objetivos nos voos espaciais humanos, especialmente o transporte de astronautas novamente para a Lua e, um dia, para Marte.
A agência está agora conduzindo seu programa Artemis para voltar à superfície lunar. Em 2024, quatro astronautas irão voar ao redor da Lua pela primeira vez desde 1972, com a Apollo 17. Já o retorno à superfície do satélite está planejado para 2025.
“A estação é cara”, afirma o especialista em política espacial John Klein, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos. “Eles estão tentando seguir adiante com o programa Artemis.”

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