Medida Provisória

Douglas Pinto critica reeleição de Paulo Victor e defende mudanças no regimento da Câmara

O vereador eleito Douglas Pinto (PSD), impedido de lançar uma candidatura avulsa à presidência da Câmara Municipal de São Luís, declarou que não apoiará a reeleição do atual presidente, Paulo Victor (PSB), que até agora é o único a registrar candidatura ao cargo.

“É extremamente constrangedor eleger alguém que é réu por corrupção e está sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Para o bem da Casa, acredito que ninguém nessa situação deveria se candidatar, quanto mais ser eleito presidente. Mas a unanimidade não vai acontecer, pois não terei meu voto”, afirmou em entrevista ao Atual7, ao ser questionado sobre a possibilidade de judicializar a disputa.

Atualmente, o regimento da Câmara de São Luís não permite candidaturas avulsas e exige votação aberta para os cargos da Mesa Diretora, o que limita a representatividade e a competitividade nas eleições. Douglas criticou essa estrutura, afirmando que parece ter sido criada para favorecer acordos prévios e excluir concorrentes.

“O regimento é injusto, parecendo ter sido feito para excluir concorrentes e favorecer quem faz acordos com apoio externo. A obrigatoriedade da votação aberta reforça esse cenário. Acredito que a votação secreta seria a melhor forma de refletir a verdadeira vontade dos vereadores”, destacou.

Embora defenda a transparência, Douglas argumenta que a votação secreta é essencial para evitar que acordos políticos influenciem o resultado. “Sem a votação secreta, o que vemos são os interesses político-partidários prevalecendo. A verdade é que o resultado seria muito diferente se a votação fosse secreta”, afirmou.

Recém-diplomado pelo TRE do Maranhão e o vereador mais votado da história da Câmara, Douglas enfatizou sua conexão com as demandas populares e a indignação da comunidade em relação à situação atual do Legislativo. “Eu sou de comunidade, ouço as vozes que vêm das ruas. Serei a voz da população na Câmara, representando cada cidadão que expressa sua indignação”, disse.

Douglas Pinto também criticou abertamente a candidatura de Paulo Victor, que é réu por corrupção passiva e enfrenta investigações graves. “Meu voto é ‘não’ para Paulo Victor. Mesmo sendo novo na política, vejo que votar assim é votar pelo bem da Câmara e da população de São Luís”, afirmou.

A eleição para a Mesa Diretora está marcada para o dia 1º de janeiro de 2025, quando os vereadores tomarão posse e escolherão os novos membros da Mesa, incluindo os vice-presidentes e secretários. O presidente tem o poder de definir a pauta de votações e ocupa a segunda posição na linha sucessória do prefeito.

Douglas ainda não decidiu se buscará judicializar a eleição, mas afirmou que as mudanças no regimento são necessárias para garantir uma maior participação democrática. “Mudanças podem ocorrer na próxima legislatura. Até lá, só pela Justiça. Por enquanto, minha única decisão é em relação ao meu voto”, concluiu.

Na última quinta-feira, foi revelado que um grupo de vereadores contrários à reeleição de Paulo Victor está considerando entrar com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Maranhão para contestar as regras do regimento interno, com o objetivo de ampliar a competitividade e evitar pressões externas. Se a ação for bem-sucedida, a eleição da Mesa Diretora poderá ter uma nova dinâmica, com mais candidatos.

 

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