NOVEMBRO AZUL

Esteatose hepática: conheça os riscos da doença que acometeu Zezé di Camargo

 

 

 

 

 

O cantor Zezé di Camargo precisou realizar mudanças em sua rotina e seus hábitos após ser diagnosticado com esteatose hepática, gordura no fígado. Em entrevista recente, a mulher do artista, a influenciadora e educadora física Graciele Lacerda diz que o sertanejo passou a incluir atividade física e alimentação equilibrada no dia a dia.

A doença é considerada muito comum no Brasil com mais de 2 milhões de casos por ano. Ela também é a condição crônica do fígado mais comum no mundo, acometendo cerca de 25 a 35% da população. A obesidade e o alcoolismo são fatores de risco que aumentam a possibilidade da doença.

O fígado é composto até 5% de diferentes tipos de gordura, como triglicerídeos, ácidos graxos e colesterol, o que é algo normal. O problema é quando excede desses 5%, então é chamado de fígado esteatótico, ou seja, um fígado com teor de gordura acima do desejável.

O excesso de gordura pode ser leve, ou seja, não provocando sintomas ou complicações. Neste caso ele pode ser descoberto por meio de exames de sangue ou imagem e não leva à inflamação do fígado. Já a esteatose hepática moderada a grave pode causar inflamação e lesão do fígado. Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura, maiores serão os riscos de lesão hepática.

Quando há gordura excessiva de forma crônica, as células do fígado podem inflamar e sofrer danos. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose hepática, já que cerca de 20% dos pacientes com essa condição evoluem para cirrose hepática e em casos ainda mais graves, podem ter quadros de câncer. Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como adquire um aspecto amarelado.

A esteatose hepática é uma doença geralmente benigna, mas que pode, em certos casos, evoluir para esteato-hepatite, uma forma de hepatite provocada pelo aumento de gordura no fígado. A doença pode levar, a longo prazo, à destruição do tecido hepático, à formação de cicatrizes no fígado e ao desenvolvimento de cirrose.

Além disso, ela pode resultar na insuficiência do fígado, podendo ter quadros de ascite (acúmulo anormal de líquido dentro do abdome que gera um inchaço evidente), dores de cabeça crônicas e confusão mental. Hemorragias, queda no número de plaquetas do sangue e icterícia (pele e olhos amarelados), também estão entre os principais riscos. Além de câncer na região.

Além do consumo exagerado de álcool, que é a principal causa de esteatose hepática, podemos citar:

Obesidade: mais de 80% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco

Diabetes: assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao acúmulo de gordura no fígado

Colesterol elevado: Principalmente níveis altos de triglicerídeos

Medicamentos: vários fármacos podem favorecer a esteatose, entre as mais conhecidas estão: corticoides, estrogênio, amiodarona e antirretrovirais. O contato com alguns tipos de pesticidas também está relacionado ao desenvolvimento de esteatose hepática

Os sintomas costumam surgir conforme a doença se agrava. Se em casos mais leves o paciente descobre a doença por meio de exames de sangue ou de imagem, as pessoas que sentem os primeiros sintomas, como: cansaço, fadiga, dores abdominais, geralmente na lateral direita.

A medida mais eficaz para controlar a esteatose hepática é a perda de peso. Estudos mostram que uma redução de apenas 7% no peso corporal pode ser capaz de trazer excelentes resultados. Portanto, uma pessoa obesa ou com sobrepeso, que pesa ao redor de 80 quilos, precisaria perder cerca de 5 quilos para conseguir apresentar regressão do acúmulo de gordura hepática.

Para isso é necessário fazer uma mudança no estilo de vida e na dieta. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, investir em alimentação equilibrada que evite o excesso de gordura e de doces, adotar a prática regular de exercícios físicos e evitar passar fome, visto que, o enfraquecimento do organismo pode piorar o quadro.

Perdas muito rápidas de peso, provocadas através de dietas muito rigorosas, podem ter efeito contrário, agravando a esteatose. Para aqueles que não conseguirem emagrecer ou melhorar o quadro em seis meses são necessárias outras intervenções, como medicamento ou até mesmo cirurgias.

 

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