NOVEMBRO AZUL

Número de “parasitas de sushi” cresceu 283 vezes em 40 anos, diz estudo

OGlobo.com – Um estudo feito pela Universidade de Washington descobriu um grande aumento de vermes encontrados em frutos do mar. Os “parasitas de sushi”, como são conhecidos, cresceram 283 vezes desde a década de 1970, o que pode gerar implicações para a saúde de humanos e mamíferos marinhos que se alimentam indiretamente deles.

A equipe realizou uma análise de diversas pesquisas que mencionam o verme parasita, conhecido como Anisakis, a fim de investigar como a abundância global desses vermes mudou com o tempo. Para isso, os autores selecionaram todas as menções on-line do Anisakis, bem como outro parasita chamado Pseudoterranova, ou “verme de bacalhau”. Em seguida, eles reduziram os dados com base em critérios estabelecidos, mantendo apenas aqueles que apresentaram estimativas da abundância de cada verme em peixes em um determinado momento.

Assim, os cientistas descobriram que enquanto a quantidade dos Anisakis aumentou 283 vezes durante o período de estudo, de 1978 a 2015, os Pseudoterranova não cresceram em abundância. “Este estudo aproveita o poder de muitos estudos juntos para mostrar uma imagem global de mudança em um período de quase quatro décadas. É interessante porque mostra como os riscos para seres humanos e mamíferos marinhos estão mudando ao longo do tempo”, disse o autor do estudo, Chelsea Wood.

Esses vermes podem ser encontrados em uma variedade de peixes e espécies de lulas, podendo infectar e gerar doenças em humanos e mamíferos marinhos que os consomem. Nas pessoas, por exemplo, o parasita pode invadir a parede intestinal e causar sintomas como náusea, vômito e diarreia. Na maioria dos casos, ele morre após alguns dias e os sintomas desaparecem. Essa doença, chamada anisaquíase ou anisaquiose, raramente é diagnosticada porque a maioria das pessoas assume que apenas sofreu um caso grave de intoxicação alimentar.

Já nos oceanos, quando peixes pequenos comem os crustáceos infectados, os vermes são transferidos para seus corpos, e isso continua a medida que peixes maiores comem peixes infectados menores. Segundo os pesquisadores, os vermes se reproduzem no intestino dos animais e são liberados no oceano pelas suas fezes. Embora ainda não seja possível saber os impactos fisiológicos dos parasitas nos mamíferos marinhos, eles podem viver em seus corpos por anos, o que pode causar efeitos prejudiciais.

Ainda assim, não é preciso ter medo ao consumir peixes e frutos do mar. Os chefs de cozinha são bem treinados para identificar os vermes nos peixes e selecioná-los antes que eles cheguem aos clientes em seus restaurantes. Os vermes podem ter até 2 centímetros de comprimento ou aproximadamente o tamanho de uma moeda de 5 centavos.

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